Batalha de Humaitá: Um Mergulho na História e na Espiritualidade Afro-Brasileira

A história do Brasil é rica em episódios marcantes, e a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) certamente se destaca como um período de grandes desafios e transformações. Em meio a este conflito, a Batalha de Humaitá emerge como um capítulo crucial, revelando não apenas as estratégias militares da época, mas também a força e a resiliência do povo brasileiro.

A Passagem de Humaitá

A Passagem de Humaitá, ocorrida em 19 de fevereiro de 1868, foi uma operação naval audaciosa que visava romper as defesas paraguaias no Rio Paraguai e abrir caminho para a capital Assunção. As fortalezas de Curupaiti e Humaitá representavam obstáculos formidáveis, com suas baterias de canhões e estruturas de proteção.

A Esquadra Imperial, sob o comando de Delfim Carlos de Carvalho, enfrentou desafios logísticos e táticos para superar as defesas paraguaias. A operação noturna, sob fogo intenso e ataques de canoas, exigiu coragem e determinação dos marinheiros brasileiros.

A Participação de Negros e Indígenas

A Guerra da Tríplice Aliança mobilizou diversos segmentos da sociedade brasileira, incluindo negros e indígenas. Muitos negros, tanto escravizados quanto libertos, foram alistados para lutar na guerra, buscando a promessa de liberdade ou impulsionados pela necessidade de sobrevivência. Os indígenas também foram convocados, atuando como guias, exploradores e soldados, utilizando seu conhecimento do território e suas habilidades de combate.

A participação de negros e indígenas na guerra é um testemunho de sua coragem e patriotismo, mesmo diante das desigualdades e da discriminação que marcavam a sociedade brasileira na época.

O Retorno e a Reintegração

Após a guerra, o retorno dos negros e indígenas à capital do Brasil foi um processo complexo e desafiador. Muitos enfrentaram dificuldades para se reintegrar à sociedade, que ainda era marcada pela escravidão e pela discriminação racial.

Negros libertos muitas vezes não tiveram acesso à terra, educação ou empregos, enfrentando a pobreza e a marginalização. Os indígenas que sobreviveram à guerra tiveram suas terras invadidas e suas comunidades desestruturadas, sofrendo com a violência e a discriminação.

A Origem do Ogum de Umbanda

A Guerra da Tríplice Aliança também é um contexto importante para compreender a origem do Ogum de Umbanda. Ogum é um orixá associado à guerra, à força e à coragem, e sua presença na Umbanda remete à história de lutas e superação do povo brasileiro.

Acredita-se que a figura de Ogum tenha se fortalecido durante a guerra, quando muitos negros e indígenas buscaram na fé e na espiritualidade uma forma de enfrentar os desafios do conflito. Ogum se tornou um símbolo de resistência e esperança, representando a força interior necessária para vencer as batalhas da vida.

Conclusão

A Batalha de Humaitá e a Guerra da Tríplice Aliança são episódios marcantes na história do Brasil, revelando a coragem e a resiliência do povo brasileiro. A participação de negros e indígenas no conflito, bem como a origem do Ogum de Umbanda, são testemunhos da força da fé e da espiritualidade na superação de desafios.

Ao celebrar a memória da Batalha de Humaitá, honramos também a história de todos aqueles que lutaram pela pátria, e reafirmamos nosso compromisso com a construção de um futuro mais justo e igualitário para todos.

A palavra Humaitá é de origem indígena e significa “a pedra agora é negra”. 

Algumas expressões que fazem referência a Ogum e ao Humaitá são: 

Ponto de ogum

Bandeira içada é sinal de uma vitória,
nos campo do humaitá
E na Umbanda vamos todos Saravá,
linda falange que sabe guerrear.

Seu beira-mar, Ogum Nagô,
Seu Rompe-Mato e Ogum de Lei
Ogum Iara, Seu Naruê
e a regência é de Ogum Megê

Pesquisa Luciano Costa

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