
Orixá, Entidades e o Caminho Sagrado: Uma Jornada de Autoconhecimento
Olá, meus amigos e minhas amigas. Quero conversar com vocês sobre um dos maiores mistérios e, ao mesmo tempo, uma das maiores dores que vejo na nossa religião: a crença de que a iniciação no culto de Orixá faz com que nossas entidades de trabalho, como Caboclos, Pretos Velhos e Pombagiras, nos abandonem.
Muitas vezes, me perguntam: “Mestre, fiz meu santo, e minha entidade não virou mais. Será que ela me deixou?”. Minha resposta é sempre a mesma, direta e sem meias-palavras: não. Sua entidade não te deixou. E é uma falta de respeito enorme com seu Orixá e com o seu Guia de Lei pensar que um anula o outro.
Precisamos entender a espiritualidade não como um conflito, mas como uma jornada.
A Verdadeira Essência da Iniciação
A iniciação, seja no Candomblé ou em qualquer culto de Orixá, não é uma quebra, mas uma continuidade. É a forma mais profunda de se reconectar com seu DNA espiritual. O Orixá não é apenas uma força que vive no alto; ele é a essência que moldou seu ser. Seu corpo, seu sangue, sua energia, tudo tem uma parte de cada Orixá que contribuiu para a sua existência.
Quando você se inicia, está, na verdade, fortalecendo a base do seu ser. E o que acontece com a entidade? Em muitos casos, ela se afasta temporariamente. E por que isso ocorre? Por um choque de elementos. Pensem comigo: se você passa por uma cirurgia complexa, precisa de um tempo para o seu corpo se recuperar e se adaptar. É a mesma coisa.
A entidade, por ter uma sabedoria imensa, respeita esse processo. Ela sabe que você precisa se adaptar à nova energia do seu Orixá. Por isso, eu sempre oriento: dê um tempo. Espere uns três meses. Esse período de resguardo é sagrado, é o tempo que seu corpo leva para se estabilizar. Depois, quando a entidade retornar, ela virá ainda mais forte, mais madura e com um conhecimento que antes não tinha.
A Espiritualidade Vai Além do Terreiro

Vejo muita gente que frequenta o terreiro e se esquece da espiritualidade no dia a dia. Mas a espiritualidade não se resume a um dia da semana, a uma gira, a uma reza. Ela é 24 horas. É a forma como você age, como você fala, como você vive.
Muitos líderes espirituais hoje se preocupam mais com a aparência do que com o conhecimento. Mas a verdadeira sabedoria não se esconde. Meus irmãos de Ifá, por exemplo, são pessoas que estudam, que buscam conhecimento acadêmico, que têm mestrados e doutorados. A sabedoria é o nosso maior Orixá. Não podemos nos deixar levar pelo ego ou pelo orgulho, que nos fazem acreditar que já sabemos de tudo.
A fé que antigamente curava com um galho de arruda ou com um copo de água rezada não se perdeu. Ela foi ofuscada pela superficialidade. Pelo achismo
. Por isso, busquem o conhecimento, estudem, e sintam a verdadeira força da nossa fé.
O Respeito e a Qualidade das Oferendas
Se sua entidade não se manifesta, pode ser que ela esteja esperando por você. Uma coisa que sempre digo é que entidade não é de graça. A entidade come, bebe, fuma. Você não pode querer o melhor da espiritualidade oferecendo o resto.
Quando for fazer sua oferenda, seja na Umbanda ou na Kimbanda, dê o melhor que você pode. Uma boa cachaça, um bom champanhe, um perfume de qualidade. O valor não está no preço, mas no respeito e no carinho que você coloca naquele ato. A entidade sente essa energia e, em troca, te dá força, vitória e honra. Elas não nos abandonam; elas nos ensinam a sermos responsáveis e a crescer.
O caminho espiritual é uma jornada de aprendizado. E as entidades estão aqui para nos ensinar. A chave é ter fé, buscar o conhecimento e, acima de tudo, honrar a sua própria jornada e a sua essência.
Atendimentos e Consultas Espirituais
Mestre Marcelo Alban
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